48º Circuito Vila Real
As corridas em Vila Real são sempre muito especiais. Em primeiro lugar porque corremos entre rails ou muros, não havendo qualquer margem para erro. Este factor, conjugado com a rapidez de algumas zonas da pista torna o evento muito desafiante. Em segundo lugar pela proximidade e calor do público. Este ano decidi inscrever o Saab Sonett nas provas do Historic Endurance e fazer uma das corridas do Troféu Mini. O Historic Endurance apresentava duas provas de 45 minutos, uma no sábado e outra no Domingo. Como sempre as provas tinham uma paragem obrigatória, com um tempo de handicap atribuído. O handicap do Sonett era o maior possível: além dos 60 segundos “base”, mais 45 pelos pneus Toyo e 5 por correr sozinho. Na primeira corrida terminei em nono entre vinte participantes, com a melhor volta em 2:29:912. Era o meu lugar “natural”, comparando o Sonett com os restantes carros em pistas (ver classificação). Foram 45 minutos de muito trabalho, debaixo de muito calor. A segunda prova estava a decorrer de forma semelhante, mas um exagero na penúltima volta obrigou-me a desistir. Senti que estava a ganhar terreno ao Escort RS 2000 do Rui Ribeiro, acreditei que o alcançava e entrei rápido demais na chicane para a entrada da descida de Mateus. Na saída calquei o corrector mais alto, acelerei a fundo ainda no ar e a transmissão despediu-me e despediu-se. A ACF Motorsport dos simpáticos irmãos Manel e António Fernandes, voltaram a lançar-me o desafio de pilotar o Mini da equipa. Ficou combinado que faria apenas uma das duas corridas. Em Braga, com o mesmo carro, nunca me consegui aproximar dos três primeiros. Pensei que num circuito mais rápido como Vila Real as afinações do set up não seriam tão importantes e que conseguiria andar na frente. Nos treinos, desilusão. P6 em 8 Minis. Comecei a achar que o andamento do ano passado tinha sido sorte e que afinal…. Na largada pior ainda, desci para oitavo, último. A seguir a coisa começou a sair e fiz uma das corridas da minha vida. Daquelas em que parece que vivi um momento meio transcendente e que não se explica. Fui ultrapassando e quando cheguei a quarto vi o segundo e terceiro já ao longe. E eram só os dois primeiros classificados do Troféu. Acreditei e colei-me a eles. Acho que um dos segredos foi esquecer que os rails existiam. Ouvia as retrovisores e a carroçaria roçar neles e sabia que isso significava rapidez. Principalmente nas curvas rápidas tinha que aliviar para não entrar pela traseira do terceiro. Estava mesmo mais rápido. Na última volta tentei a ultrapassagem na chicane antes da descida de Mateus. Saí mais rápido da curva anterior, tentei colocar-me a par e tocamo-nos. Passei para terceiro, fui ao pódio e o Colégio de Comissários penalizou-me em 50 segundos. Justificação: fui demasiado optimista na ultrapassagem. Curiosidade: não bati na traseira do meu adversário, o que a acontecer justificava uma indiscutível penalização. Segunda curiosidade: vi um toque na traseira de outro piloto, com perda de posição, sem penalização. O que interessa: minha melhor volta, 2:49:155, segunda melhor volta absoluta. Melhor volta de todos, 2:49:068. Diferença 0:00:087 (ver classificação).
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