48º Circuito Vila Real

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// 19 Julho, 2017

As corridas em Vila Real são sempre muito especiais. Em primeiro lugar porque corremos entre rails ou muros, não havendo qualquer margem para erro. Este factor, conjugado com a rapidez de algumas zonas da pista torna o evento muito desafiante. Em segundo lugar pela proximidade e calor do público.

Este ano decidi inscrever o Saab Sonett nas provas do Historic Endurance e fazer uma das corridas do Troféu Mini.

O Historic Endurance apresentava duas provas de 45 minutos, uma no sábado e outra no Domingo. Como sempre as provas tinham uma paragem obrigatória, com um tempo de handicap atribuído. O handicap do Sonett era o maior possível: além dos 60 segundos “base”, mais 45 pelos pneus Toyo e 5 por correr sozinho. 

Na primeira corrida terminei em nono entre vinte participantes, com a melhor volta em 2:29:912.

Era o meu lugar “natural”, comparando o Sonett com os restantes carros em pistas (ver classificação).

Foram 45 minutos de muito trabalho, debaixo de muito calor.

A segunda prova estava a decorrer de forma semelhante, mas um exagero na penúltima volta obrigou-me a desistir. Senti que estava a ganhar terreno ao Escort RS 2000 do Rui Ribeiro, acreditei que o alcançava e entrei rápido demais na chicane para a entrada da descida de Mateus. Na saída calquei o corrector mais alto, acelerei a fundo ainda no ar e a transmissão despediu-me e despediu-se.

A ACF Motorsport dos simpáticos irmãos Manel e António Fernandes, voltaram a lançar-me o desafio de pilotar o Mini da equipa. Ficou combinado que faria apenas uma das duas corridas.

Em Braga, com o mesmo carro, nunca me consegui aproximar dos três primeiros.

Pensei que num circuito mais rápido como Vila Real as afinações do set up não seriam tão importantes e que conseguiria andar na frente. Nos treinos, desilusão. P6 em 8 Minis. Comecei a achar que o andamento do ano passado tinha sido sorte e que afinal….

Na largada pior ainda, desci para oitavo, último.

A seguir a coisa começou a sair e fiz uma das corridas da minha vida. Daquelas em que parece que vivi um momento meio transcendente e que não se explica.

Fui ultrapassando e quando cheguei a quarto vi o segundo e terceiro já ao longe. E eram só os dois primeiros classificados do Troféu.

Acreditei e colei-me a eles. Acho que um dos segredos foi esquecer que os rails existiam. Ouvia as retrovisores e a carroçaria roçar neles e sabia que isso significava rapidez.

Principalmente nas curvas rápidas tinha que aliviar para não entrar pela traseira do terceiro. Estava mesmo mais rápido.

Na última volta tentei a ultrapassagem na chicane antes da descida de Mateus. Saí mais rápido da curva anterior, tentei colocar-me a par e tocamo-nos.

Passei para terceiro, fui ao pódio e o Colégio de Comissários penalizou-me em 50 segundos. Justificação: fui demasiado optimista na ultrapassagem. Curiosidade: não bati na traseira do meu adversário, o que a acontecer justificava uma indiscutível penalização. Segunda curiosidade: vi um toque na traseira de outro piloto, com perda de posição, sem penalização.

O que interessa: minha melhor volta, 2:49:155, segunda melhor volta absoluta. Melhor volta de todos, 2:49:068. Diferença 0:00:087 (ver classificação).